Imagine por um minuto que um grande investidor argentino comprasse um time brasileiro, exemplo o São Paulo. O negócio deu lucro, o São Paulo vai bem, ganha títulos, participa de competições internacionais, vende camisas, etc. Agora um outro milionário argentino gostou da idéia e resolveu investir no futebol do Brasil e comprou o Cruzeiro. Investiu na contratação de jogadores (inclusive alguns argentinos), construiu um estádio e o time ficou mais forte e poderoso. Pouco a pouco isso foi acontecendo com outros clubes. E magnatas de outros países começaram a fazer o mesmo. O Atlético Mineiro passou a ostentar uma bandeira americana, o Paranaense uma da Arábia Saudita, o Santos virou USA também e o Botafogo começou a pagar de coreano.
Mas com os investimentos pesados, o público normal não era o bastante, foi necessário fazer com que as partidas se tornassem espetáculos ainda maiores e para isso jogadores sul-americanos e europeus foram trazidos para cá. Os fãs de esporte brasileiros estava super satisfeitos, seus times agora poderiam parear com as grandes potencias européias.
Os estádios ficavam lotados. As torcidas nunca foram tão fieis. Tão fieis que nem repararam que cada vez menos nomes brasileiros compunham a lista de titulares. Tinha dia que no time do Cruzeiro não tinha nenhum brazuca em campo! Mas o que interessa é que o time ia bem e jogava bonito.
Só que um dia as torcidas regionais não eram mais suficiente. Futebol é um negócio caro e grandes investidores querem lucro à altura. Eles precisavam de mais público, mais camisas vendidas, mais audiência na televisão. Mais! Mais! Mais! Então um dos executivos da direção de um dos clubes teve uma idéia genial, disputar o campeonato brasileiro em outros países! Olha só que brilhante! Agora um portenho entediado com partidas entre River e Boca pode se deliciar com o grande clássico mineiro en La Bombonera! São Paulo e Santos só jogam no grande Pizza Hut Park¹ (?)! Argentinos e americanos não reclamam, se esbaldam! E os dirgentes também, com o aumento espetacular nos rendimentos dos clubes. A CBF ficou até satisfeita com a mundialização do futebol brasileiro.
Brasileiro? Hmm. As equipes não tinham mais brasileiros, quem sabe um ou dois. Os técnicos não eram brasileiros, os donos e dirigentes não eram mais brasileiros, os jogos não eram mais no Brasil e você, que cresceu acompanhando, amando e ouvindo histórias do seu time favorito, nem podia mais vê-lo jogar. Só pela TV a cabo, pagando uma fortuna para assistir por Pay-per-view. Tudo mudou, a imagem e a identidade dos times não é mais a mesma. E de repente você se pega pensando: "mas o que foi que aconteceu?".
Tá, agora pode acordar desse sonho macabro. Isso não está nem perto de acontecer por aqui, ainda não. Mas pode muito bem ser o futuro do futebol, começando pela Inglaterra.
Hoje de manhã, a BBC postou uma matéria em seu website falando da "sugestão" feita pelo presidente do West Ham, o islândes Eggert Magnusson, em começar a sediar jogos da Premier League nos EUA. O comentário veio se aproveitando do jogo da NFL que vai ser realizado em Wembley nesse domingo. Com a quantidade de times ingleses com donos americanos e até de outras nacionalidades essa idéia pode virar moda.
A FA já se pronunciou contra, dizendo que jogos fora do país iriam danificar a integridade da competição, que é baseada em jogos em casa e fora de casa para cada equipe. Mas num jogo em que o dinheiro já fala mais alto que o esporte, não seria de se espantar se a voz dos presidentes de clubes se unisse e destronasse o poder que a própria Associação de futebol tem. E se realmente esses presidentes acharem a proposta lucrativa e tentadora, não se espante se daqui uns 5 anos estivermos vendo Liverpool x Manchester United sediado na terra do Tio Sam.
Mas com os investimentos pesados, o público normal não era o bastante, foi necessário fazer com que as partidas se tornassem espetáculos ainda maiores e para isso jogadores sul-americanos e europeus foram trazidos para cá. Os fãs de esporte brasileiros estava super satisfeitos, seus times agora poderiam parear com as grandes potencias européias.
Os estádios ficavam lotados. As torcidas nunca foram tão fieis. Tão fieis que nem repararam que cada vez menos nomes brasileiros compunham a lista de titulares. Tinha dia que no time do Cruzeiro não tinha nenhum brazuca em campo! Mas o que interessa é que o time ia bem e jogava bonito.
Só que um dia as torcidas regionais não eram mais suficiente. Futebol é um negócio caro e grandes investidores querem lucro à altura. Eles precisavam de mais público, mais camisas vendidas, mais audiência na televisão. Mais! Mais! Mais! Então um dos executivos da direção de um dos clubes teve uma idéia genial, disputar o campeonato brasileiro em outros países! Olha só que brilhante! Agora um portenho entediado com partidas entre River e Boca pode se deliciar com o grande clássico mineiro en La Bombonera! São Paulo e Santos só jogam no grande Pizza Hut Park¹ (?)! Argentinos e americanos não reclamam, se esbaldam! E os dirgentes também, com o aumento espetacular nos rendimentos dos clubes. A CBF ficou até satisfeita com a mundialização do futebol brasileiro.
Brasileiro? Hmm. As equipes não tinham mais brasileiros, quem sabe um ou dois. Os técnicos não eram brasileiros, os donos e dirigentes não eram mais brasileiros, os jogos não eram mais no Brasil e você, que cresceu acompanhando, amando e ouvindo histórias do seu time favorito, nem podia mais vê-lo jogar. Só pela TV a cabo, pagando uma fortuna para assistir por Pay-per-view. Tudo mudou, a imagem e a identidade dos times não é mais a mesma. E de repente você se pega pensando: "mas o que foi que aconteceu?".
Tá, agora pode acordar desse sonho macabro. Isso não está nem perto de acontecer por aqui, ainda não. Mas pode muito bem ser o futuro do futebol, começando pela Inglaterra.
Hoje de manhã, a BBC postou uma matéria em seu website falando da "sugestão" feita pelo presidente do West Ham, o islândes Eggert Magnusson, em começar a sediar jogos da Premier League nos EUA. O comentário veio se aproveitando do jogo da NFL que vai ser realizado em Wembley nesse domingo. Com a quantidade de times ingleses com donos americanos e até de outras nacionalidades essa idéia pode virar moda.
A FA já se pronunciou contra, dizendo que jogos fora do país iriam danificar a integridade da competição, que é baseada em jogos em casa e fora de casa para cada equipe. Mas num jogo em que o dinheiro já fala mais alto que o esporte, não seria de se espantar se a voz dos presidentes de clubes se unisse e destronasse o poder que a própria Associação de futebol tem. E se realmente esses presidentes acharem a proposta lucrativa e tentadora, não se espante se daqui uns 5 anos estivermos vendo Liverpool x Manchester United sediado na terra do Tio Sam.
- ¹: Pizza Hut Park é a casa do FC Dallas, time da Major League Soccer.
7 comentários:
Maravilhoso texto! E realmente é uma possibilidade que existe, e assusta. Na Inglaterra, não é de hoje que a situação vem piorando, e a média de públicos tem provado a insatisfação.
Sabendo como vocês são orgulhosos, acho que isso era bem dificil acontecer. Pelos menos, com argentinos liderando clubes brasileiros ou vice-versa.
Olá mais uma vez Gabriella!
É bem verdade que o desporto e o futebol estão globalizados. Mesmo assim, no Brasil ainda não está tanto como na Europa. (ai, penso que existe um limite, pelo menos para jogadores europeus, não é?)
Você olha para qualquer equipa europeia e tem dificuldade em contar jogadores do próprio país. Portugal não foge à regra e o meu querido Benfica tb não.
Equipas nacionais sairem para jogarem em outros países, era para mim o fim.
Tem-se discutido há vários anos a possibilidade de se criar um campeonato com os melhores clubes do continente europeu.(tipo Champions League)
Talvez isso fosse bom para os grandes (mais receitas,etc) e os outros coitados?
Muito bom texto Gabi! O dia que o Brasil for assim, eu com certeza não estarei aqui.
A verdade é que o futebol caminha pra isso. Entre jogar em casa e jogar nos EUA recebendo 1 milhão de euros, por exemplo, o presidente não tem como evitar mais! Futebol virou negócio faz tempo. Infelizmente será assim, para nós, torcedores amantes da bola!
brilhante matéria.
Parabéns !!!
Acho sinceramente, que isso jamais acontecera. A globalização existe também no futebol, mas não vai e não pode chegar a tanto!
muito bom seu blog
ja te adicionei nos meus favoritos tbm
ate mais
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